Unisinos – Campus Porto Alegre

Ficha Técnica:

Local: Porto Alegre/RS
Cliente: Unisinos, Campus Porto Alegre
Construtora: Engenhosul Obras
Segmento de obra: Escola e Educação
Projeto arquitetônico: André Detanico, Tarso Carneiro, Mauricio Ceolin
Projeto estrutural: Leanderson dos Santos Rain
Volume de concreto (m3): 2.370 m³
Conclusão da estrutura: Fevereiro/2016
Elementos de concreto pré-fabricado: escadas de concreto, lajes alveolares LP20, lajes alveolares LP50, pilares, vigas protendidas, vigas armadas

A obra do primeiro campus da Universidade do Vale do Sinos (Unisinos) em Porto Alegre é um exemplo de inovação e excelência em engenharia estrutural. Com uma área total de 60.800 m², foi distribuída em quatro setores, sendo o maior deles, com oito pavimentos, com estrutura moldada no local. Dois setores foram executados em estrutura pré-fabricada Cassol, composta por quatro subsolos e térreo. O último setor foi uma passarela executada em estrutura metálica. A obra destacou-se pela utilização integrada de elementos pré-moldados in loco e metálicos, que garantiu a funcionalidade e os critérios estéticos exigidos pelo cliente e resultou na conquista do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto pela Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC).

Implantado no bairro Boa Vista, uma das regiões mais nobres da capital gaúcha, o campus tinha como premissa a harmonia entre estrutura e arquitetura. Assim, entre os principais desafios enfrentados estavam a necessidade de modulação especial para adaptar o projeto arquitetônico às exigências técnicas e manter a suavidade de um ambiente voltado para o aprendizado. Após a conclusão da obra, o projeto tornou-se referência em harmonização tecnológica e estética na construção industrializada.

Outro desafio foi a montagem em um espaço enclausurado, o que demandou soluções estruturais específicas para assegurar estabilidade e rigidez. Isto porque o empreendimento está situado na Av. Nilo Peçanha, uma das principais avenidas da cidade de Porto Alegre, com intenso fluxo de veículos. A localização e a topografia do terreno não permitiram que a obra tivesse mais de um acesso e as carretas com materiais não poderiam ocupar as ruas do entorno para aguardar o ingresso no canteiro de obras. Desta forma, a logística e a montagem por parte da Cassol tiveram de estar extremamente alinhadas, sem margens para erros. Nesta etapa, havia concomitância da montagem com a escavação e outros serviços: eram cerca de 170 carretas de solo escavado por dia e diversas outras carretas de peças pré-fabricadas, entrando e saindo do canteiro de obras por um único acesso. A obra contou com duas gruas no início da montagem e finalizou com uma grua e um guindaste.

Originalmente concebida para ser uma obra executada e moldada in loco, os processos de projeto e licitação demoraram um ano a mais do que o esperado para serem concluídos. O prazo final de entrega da obra, porém, teve que se manter inalterado, pois já existia uma programação para o início das aulas dos novos cursos, no novo campus. Durante o processo licitatório, comprovou-se que a forma mais viável para atender ao prazo seria transformando a maior área/volume possível da edificação em estrutura pré-fabricada, o que acabou acontecendo e viabilizando a entrega do campus dentro da data esperada.

A transformação da obra in loco para estrutura off-site foi desafiadora porque, para além da atenção ao conceito arquitetônico, havia limitações de pé-direito, o que resultou em limitações nas alturas das peças, especialmente nos pavimentos de garagem do subsolo. O estacionamento possui uma malha de pilares de 10m x 8m, onde as vigas estão posicionadas para vencer o vão de 8m e as lajes para vencer o vão de 10m. Para resolver essa limitação, foram utilizadas vigas T invertidas, de 45cm de altura com laje alveolar LP20.  No primeiro subsolo, onde foi localizado um anfiteatro com possibilidade de público interno e externo, foi necessário criar um vão livre de 20 metros biapoiado, para ser vencido com laje. A solução foi utilizar uma laje alveolar LP50, que é uma laje pouco comercializada, porém perfeita como solução para esse tipo de demanda construtiva específica.