Como o concreto armado transformou a engenharia moderna

O que um jardineiro tem a ver com uma das técnicas mais utilizadas na engenharia civil? Inicialmente, pode parecer que não há qualquer relação, mas a verdade é que está completamente interligado. Afinal, o concreto armado não é uma técnica concebida por profissionais da construção, mas sim por um jardineiro francês chamado Joseph Monier. Um tanto curioso, não é mesmo?
A história começou quando Monier, insatisfeito com os materiais disponíveis para moldar vasos de plantas, começou a experimentar elementos em busca de estruturas mais resistentes, uma vez que as próprias raízes das plantas quebravam facilmente vasos de argila. O jardineiro passou, então, a utilizar cimento para moldar os vasos.
Mas, ainda assim, percebeu que eles continuavam frágeis e propensos a quebrar. Foi quando, para solucionar o problema, teve a ideia de reforçar o cimento com armações de ferro, criando uma estrutura mais forte e durável.
Monier apresentou sua invenção na Exposição de Paris em 1867, obtendo sua primeira patente para calhas de ferro reforçado. Ele expandiu o uso do concreto armado com novas patentes para tubulações, reservatórios (1868), painéis de fachadas (1869), pontes (1873) e vigas (1878). Em 1875, projetou a primeira ponte de concreto armado no Castelo Chazelet.
Essa combinação de concreto e ferro se mostrou revolucionária e é o que conhecemos hoje como o “concreto armado”. O material passou a resistir não apenas a compressões (propriedade natural do concreto), mas também a tensões e flexões (propriedades garantidas pelo ferro), tornando-o ideal para a construção de pontes, edifícios e outras estruturas de grande porte.
A revolução do concreto armado
Foi então, que de um vaso, o uso do concreto armado transformou a engenharia civil, permitindo a construção de arranha-céus, barragens, pontes e rodovias. Antes de sua invenção, os materiais tradicionais, como pedra, madeira e tijolos, limitavam o tamanho e a resistência das edificações.
Com o concreto armado, foi possível projetar estruturas mais ousadas, como por exemplo:
- A Ópera de Sydney (Austrália): um marco arquitetônico mundial, com sua estrutura inovadora de concreto armado.
- O Edifício Copan (Brasil): projetado por Oscar Niemeyer, um dos maiores ícones do concreto armado no país.
O concreto armado no Brasil
O concreto armado é o sistema construtivo mais utilizado no Brasil, predominando em obras formais e informais. Introduzido no país, no início do século XX, por empresas estrangeiras, popularizou-se nos anos 1930 com a expansão da indústria de cimento.
Na década de 1940, foi regulamentado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e incorporado ao ensino de engenharia, consolidando-se como o principal material da construção civil, marcando obras icônicas, como as de Oscar Niemeyer – conforme já citado aqui.
Por que o concreto armado é tão importante?
- Durabilidade: resiste a intempéries, como chuvas e variações de temperatura.
- Versatilidade: permite formas variadas, adaptando-se a diferentes projetos arquitetônicos.
- Custo-benefício: embora demande investimento inicial, sua durabilidade reduz custos de manutenção a longo prazo.
Além do concreto armado: inovações na engenharia
Com o passar do tempo, a tecnologia do concreto armado evoluiu, dando origem a novos materiais, como o concreto protendido, o concreto de alto desempenho e o pré-fabricado. Além disso, avanços na sustentabilidade têm levado à criação de concretos ecológicos, com menor emissão de carbono na produção.
A invenção de Joseph Monier mudou o curso da engenharia, provando que soluções simples podem ter impactos globais. Assim como o pré-fabricado é utilizado hoje em dia, visando à praticidade e eficiência. Conheça todas as soluções da Cassol Pré-Fabricados, empresa com maior complexo de fábricas de pré-fabricados do país.